A Cachaça no Brasil - Sumário

Nesta página, vamos informar o sumário completo do Portal Cachaça, para os que desejam saber o máximo de informação possível sobre esta típica bebida brasileira.

O Brasil e a Cachaça

A história da cachaça e a história do Brasil mesclam-se desde os tempos das Capitanias Hereditárias até os dias atuais.

É a história dos engenhos vicejantes, instalados juntos as gigantescas plantações de cana-de-açúcar, ao lado da Mata atlântica, no litoral nordestino, de piratas internacionais traficando cachaça e fumo em troca de escravos na costa da Nigéria e de insurgentes locais que armaram a primeira revolta nacional, conta a coroa portuguesa, em nome da cachaça.

Essa é a história da cachaça e da Terra de Vera Cruz, com toda a sua gente, suas contradições, sua criatividade, lágrimas e sorrisos.

Nas páginas seguintes, vamos mostrar tudo isso e muito mais.

Curiosa História da Cachaça

A cachaça, nome dado à aguardente de cana, é uma bebida alcoólica tipicamente brasileira. O nome pode ter sido derivado de cachaza, um vinho de borra de uvas, de baixa qualidade, bebido em Portugal e na Espanha.


Na produção colonial de açúcar, "cachaça" era o nome dado à espuma que subia à superfície do caldo de cana-de-açúcar que estava sendo fervido.

Posteriormente, com a destilação da espuma e do melaço fermentados e a produção de aguardente de baixa qualidade, esta passou a ser também denominada de "cachaça" e era fornecida a escravos ou adquirida por pessoas de baixa renda.

Origem da Cachaça no Brasil

Agora que já aprendemos sobre a Origem das Bebidas Alcoólicas no mundo, vamos voltar no tempo e entender como surgiu a cachaça no Brasil.

Cachaça no Brasil Colônia

Foi em 1518 que ocorreu a primeira instalação de um engenho no Brasil, época em que foi registrada pela primeira vez a entrada de açúcar brasileiro na alfândega de Lisboa.

Contudo, considera-se que a verdadeira indústria do açúcar foi implantada na Colônica somente a partir de 1530, com a chegada do governador-geral Martim Afonso de Souza.

Em 1530, os primeiros donatários portugueses decidiram começar os empreendimentos, implementando o engenho de açúcar aqui, com conhecimento e tecnologia adquiridos no sul da Ásia e já aplicados em Portugal, na Ilha da Madeira, que foi o primeiro núcleo luso de produção de açúcar.

Engenhos de Cana-de-Açúcar

Graças á intenção de produzir açúcar, surgiram no Brasil colonial os primeiros núcleo de povoamento e agricultura.

A geração inicial de colonizadores apreciava a bagaceira portuguesa e o vinho do porto. Assim como a alimentação, toda bebida alcoólica aqui consumida era importada da metrópole. Depois, em algum engenho, foi descoberto o vinho de cana-de-açúcar, que é o resultado do caldo de cana fermentado, além de outros subprodutos da produção do açúcar, como o melaço misturado à água.

Desde meados do século XVI até metade do século XVII, os engenhos se multiplicaram.

A necessidade de mão de obra levou os donos dos engenhos a tentar primeiro, sem sucesso, escravizar os indígenas. Então, optaram por trazer escravos da África. Décadas depois, a cachaça, um destilado dos subprodutos da produção do açúcar, melaço e espumas fermentados, serviu de troca no comércio de escravos.

Os senhores de engenho dominaram a economia e a política brasileira por séculos, desde a época colonial, passando pelo Império e chegando à República, embora ao longo dessas épocas tenham tido fases de declínios e reerguimentos.

Em 1549, Pernambuco já possuía 30 engenhos-banguê, a Bahia, 18, e São Vicente (São Paulo), apenas dois. A lavoura da cana-de-açúcar era próspera e, meio século depois, a distribuição dos engenhos perfazia um total de 256.

O ciclo da cana-de-açúcar representou um dos momentos de maior desenvolvimento econômico do Brasil Colônia e foi durante muito tempo a base da economia colonial.

O senhor de engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de produção de açúcar, que utilizava a mão de obra escrava indígena e africana.

O núcleo de produção de açúcar era instalado em fazendas enormes, onde se praticava a monocultura, a plantação apenas de cana-de-açúcar e tinha como objetivo principal a venda do produto para o mercado europeu.
A lavoura desse tempo do Brasil colonial também teve expressão na produção de tabaco e algodão.

O Brasil se tornou o maior produtor de açúcar nos séculos XVI e XVII. As principais regiões açucareiras inicialmente eram Pernambuco, Bahia, São Paulo e parte do Rio de Janeiro, onde havia produtores secundários da região de Campos, no baixo vale do Paraíba do Sul.

Posteriormente, com o fim da capitania de Itamaracá, que era uma das maiores produtoras no seu sudeste, a Paraíba também entrou nesse seleto grupo. A Paraíba, na altura das invasões holandesas, teria quase duas dezenas de engenhos.

A Cachaça dos Engenhos

Nos engenhos de cana, o que restava da produção de açúcar era dado aos escravos e aos animais. Este resíduo era a borra do melaço fermentada, conhecida como 'vinho de cana'.

Esta borra é chamada até hoje pelos espanhóis de cachaza. Foi então que alguém teve a ideia de usar a técnica de Avicena e destilar este resíduo obtendo um destilado com alto teor alcoólico.

Surgia, assim, a cachaça, como a conhecemos e, desse modo, ela pode ser considerada um subproduto derivado do ciclo da cana-de-açúcar, a primeira grande riqueza agrícola e industrial do Brasil, que teve início quando foi simultaneamente introduzida nas suas três capitanias:

  • Pernambuco
  • Bahia
  • São Paulos


A primeira Cachaça do Brasil


Os historiadores são unânimes em afirmar que o primeiro lugar do Brasil a produzir aguardente foi a Capitania de São Vicente, onde hoje fica o estado de São Paulo, já que lá é onde foi instalado o primeiro engenho real de cana.

Há registro de oito engenhos que no final do século XVI produziam a cachaça, isto é, bem antes de os ingleses iniciarem a produção de rum no Caribe, em um processo semelhante.

Até meados do século XX, os engenhos eram a principal indústria sucroalcooleira, esteio da economia do Brasil e, em especial, de Pernambuco, Piauí, Paraíba, Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Ceará e São Paulo.

Com a evolução da agroindústria e o aparacimento das usinas de açúcar e de álcool, os engenhos, obsoletos, foram sendo desativados gradativamente.

A História do Álcool e Bebidas Alcoólicas no Mundo

Antes de entramos no estudo da história e origem da cachaça no Brasil, precisamos entender o que é o álcool, de onde ele surgiu e sobre outras bebidas alcoólicas pelo mundo.

No próximo artigo, entraremos em detalhes sobre o origem da cachaça no Brasil.

O Álcool e as Bebidas Alcoólicas

A cachaça é uma bebida de grande importância cultura, social e econômica para o Brasil e está relacionada diretamente ao início da colonização e à atividade açucareira, que por ser baseada na mesma matéria-prima da cachaça, forneceu influência necessária para a implantação da produção da bebida.

A produção industrial de aguardente derivada de gramíneas (como a cana-de-açúcar) ou de frutas teve início na Europa e se espalhou para o Oriente Médio pela força da expansão do Império Romano.

Bebidas fermentadas, como a cerveja e o vinho, são conhecidas há milênios - já a bebida destilada é coisa mais recente. Foi no século X que o médico, astrônomo e filósofo árabe Avicena descobriu o processo de destilação do material fermentado.

A destilação produz um líquido composto em sua maior parte por álcool etílico. A palavra álcool tem origem árabe al kuhul que curiosamente significa fina poeira, referindo-se ao sulfeto de antimônio, cosmético muito usado pelos egípcios.

Posteriormente, esse termo passou a designar qualquer essência, como o álcool. Entre os séculos X e XII, os alquimistas europeus classificaram o produto da destilação como aqua ardes, literalmente, água que pega fogo.

Posteriormente, a água que ardia foi obtida com um maior teor alcoólico e foi chamada de aqua vitae, eau de vie, em francês, e uisque beatha, em irlandês. Esta água da vida ou quintessência era usada pelos médicos como remédio.

Depois que os árabes descobriram os equipamentos para a destilação da bebida - aliás, muito semelhantes aos que conhecemos hoje, a tecnologia de produção espalhou-se pelo velho e novo mundo.

Origem das Bebidas Destiladas no Mundo

Então tivemos na Itália a grappa, o destilado de uva.

Em terras germânicas, o kirsch, de cereja.

Na antiga Tchecoslováquia e República Eslovaca, a slevovice, de uma espécie de cereja nativa.

Na Escócia, o whisky, destilado da cevada sacarificada.

Na Rússia, a vodca, de centeio.

Em Portugal, usando a tecnologia dos árabes, passou-se a destilar a bagaceira a partir do bagaço das uvas usadas na produção de vinho.

Cachaça - Como surgiu ? Quem criou e inventou?

A cachaça, o nome dado à aguardente de cana, é uma bebida alcoólica tipicamente brasileira!

"Diga ao primeiro que passa, que eu sou da cachaça; Mais do que do amo" Chico Buarque

Como Surgiu a Cachaça

No século XVI, nos primeiros engenhos de cana brasileiros, o que restava da produção de açúcar era dado aos escravos.

Este resíduo era a borra do melaço fermentada, conhecida como 'vinho de cana'. Foi então que alguém teve a ideia de usar a técnica de Avicena e destilar este resíduo, obtendo uma bebida com alto teor alcoólico.

Surgia assim a cachaça, como a conhecemos.

A cachaça é, historicamente, um subproduto derivado do ciclo da cana-de-açúcar, a primeira grande riqueza agrícola e industrial do Brasil. Segundo os historiadores, o primeiro lugar do Brasil a produzir aguardente foi a Capitania de São Vicente (São Paulo), onde foi instalado o primeiro engenho real de cana.

Existente no Brasil desde os tempos coloniais, a cachaça passou por etapas de modernização de sua produção e hoje é a principal bebida destilada feita no País.

Quem criou e inventou a cachaça